Em tempos modernos as crianças perderam o costume de brincar na rua, tornando-se reféns da tecnologia como televisores, celulares e vídeo games. Em razão destes e de outros fatores, tem acontecido um fenômeno chamado Analfabetismo Motor.
Analfabetismo Motor é uma tendência mundial que leva crianças e adolescentes a não desenvolverem adequadamente seu repertório motor e sua coordenação, e quando se tornam adultos, têm dificuldades de realizar movimentos básicos no seu cotidiano e de aprender movimentos específicos que lhes permitam praticar atividade física e esportes.
Além do uso do uso excessivo da tecnologia e da falta de costume das brincadeiras ao ar livre por parte das crianças, há também outras causas do analfabetismo motor. Entre elas estão a superproteção dos pais em relação aos filhos e a violência urbana. As escolas também têm sua parcela de culpa: as aulas de Educação Física vêm sendo cada vez menos frequentes nos colégios, promovendo assim, o sedentarismo infantil e adolescente.
As crianças analfabetas motores podem desenvolver diversos problemas em curto e longo prazo. Em curto prazo é notória a dificuldade em praticar qualquer tipo de esporte ou atividade física. Em longo prazo é possível que desenvolvam obesidade, hipertensão e diabetes mais facilmente.
De acordo com o Prof. Dr. Luiz Rigolin, um dos pioneiros no assunto, existem algumas estratégias que podem ser utilizadas no combate ao analfabetismo motor. Os pais precisam brincar mais com seus filhos e precisam educá-los, ou seja, é necessário restringir (e não proibir) o uso de aparelhos eletrônicos como celulares, computadores e vídeo games. Além disso, é necessário estimular crianças e adolescentes a praticarem atividade física e esportes seja onde for; em casa, na rua, na escola, em parques ou em clubes.
Rigolin é autor do livro Analfabetismo motor: a realidade das novas gerações e, também, é autor do Método VI-VA, que tem como foco central o desenvolvimento motor e da coordenação de crianças e adolescentes.
O analfabetismo motor está entre nós e cada agente que faz parte desse processo como pais ou responsáveis, diretores escolares e professores, precisam ficar atentos. Ademais, é necessário lançar mão de estratégias que estimulem crianças e adolescentes a praticarem atividade física e esportes.